Internet da Starlink no Seu Celular

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Durante décadas, a conexão à internet esteve atrelada à infraestrutura terrestre: torres, cabos, roteadores e zonas de cobertura delimitadas. Em regiões urbanas, isso nunca foi um grande problema. Mas nas áreas rurais, remotas ou em situações de emergência, a ausência de sinal tornou-se uma limitação crítica.

Classificação:
4.85
Classificação Etária:
Everyone
Autor:
Space Exploration Technologies Corp.
Plataforma:
Android
Preço:
Free

Em resposta a esse cenário, a empresa SpaceX, de Elon Musk, lançou a Starlink, uma constelação de satélites de baixa órbita projetada para oferecer internet de alta velocidade em qualquer lugar do planeta.

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Agora, a empresa dá um passo além ao liberar a funcionalidade Direct to Cell, permitindo que smartphones se conectem diretamente aos satélites da Starlink, sem necessidade de antenas ou roteadores. Trata-se de uma inovação que promete redesenhar os padrões de conectividade global.

Mas onde essa tecnologia já está ativa? Quais países estão testando? O Brasil está na fila? Essas são as perguntas que respondemos neste artigo.

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Como funciona o Starlink Direct to Cell

A tecnologia Direct to Cell foi anunciada oficialmente pela Starlink em parceria com a operadora T-Mobile dos Estados Unidos. Trata-se de um sistema onde o smartphone, ao sair da área de cobertura das torres convencionais, passa a se conectar automaticamente aos satélites da Starlink. Diferentemente do modelo tradicional da empresa — que exige o uso de um kit com antena e roteador —, o Direct to Cell não exige nenhum hardware adicional.

Inicialmente, o foco do serviço está na transmissão de mensagens de texto (SMS), localização e chamadas de emergência, com previsão de expansão para chamadas de voz e internet móvel LTE até o final de 2025. A comunicação via satélite se dá por meio de frequências adaptadas para que o sinal chegue diretamente ao chip do celular, utilizando tecnologia similar à das redes 4G.

Essa conexão é ativada automaticamente quando o sistema do celular reconhece que não há cobertura terrestre disponível. O dispositivo, então, se conecta a um satélite próximo, e passa a exibir no topo da tela algo como “T-Mobile SpaceX” ou o nome da operadora parceira local.

Quais países já têm a tecnologia ativa

Embora a Starlink esteja presente em mais de 70 países com o serviço tradicional via antena, o Direct to Cell ainda está em fase de implementação gradual. Até o momento, a funcionalidade foi liberada comercialmente ou em caráter de testes nos seguintes países:



  • Estados Unidos: pioneiros no uso da tecnologia, com cobertura ativa para mensagens de texto em parceria com a operadora T-Mobile.
  • Nova Zelândia: por meio da operadora One NZ, que ativou a funcionalidade de SMS via satélite no final de 2024.
  • Austrália: a operadora Telstra iniciou testes com clientes em áreas rurais, com mensagens de texto sendo transmitidas por satélite.
  • Canadá: já em fase de testes com operadoras locais.
  • Japão: cobertura inicial ativa, com planos de expansão para dados.
  • Suíça: acesso liberado para mensagens emergenciais.
  • Chile e Peru: primeiros países da América do Sul com testes e parcerias ativas.

Segundo o roadmap da empresa, novos países serão integrados ao serviço conforme acordos regulatórios forem firmados. A expectativa é de que até o fim de 2025, mais de 30 países estejam com o recurso ativo, principalmente em regiões com geografia difícil ou cobertura tradicional precária.

E o Brasil? Quando chega?

No Brasil, a Starlink já oferece internet por satélite via antena, especialmente em áreas rurais, florestas e regiões litorâneas. O serviço é estável e pode ser contratado por meio de planos residenciais ou empresariais. No entanto, a funcionalidade Direct to Cell ainda não está disponível.

A empresa precisa firmar parcerias com operadoras nacionais e obter aprovação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para operar no espectro de frequências necessário. Apesar disso, o interesse por parte da Starlink é evidente, especialmente porque o Brasil tem grande extensão territorial e milhares de comunidades com sinal móvel precário ou inexistente.

Espera-se que até 2025 ou início de 2026, o recurso esteja ativo no país, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, que têm apresentado grande adesão à tecnologia via antena.

Quais celulares são compatíveis

O Direct to Cell depende de componentes específicos nos smartphones, especialmente antenas e chips que suportem comunicação direta com satélites LEO (Low Earth Orbit). A Starlink, em parceria com fabricantes, já confirmou a compatibilidade com diversos modelos recentes, incluindo:

  • iPhone 14 e superiores
  • Google Pixel 8 e 9
  • Samsung Galaxy S21 e posteriores
  • Modelos Galaxy A54, A35, A14, A16
  • Motorola lançados em 2024 ou mais recentes

Além disso, é necessário manter o sistema operacional atualizado, pois a opção de rede satelital aparece apenas nas versões mais recentes do Android e iOS.

Como ativar o recurso

Em países com o serviço já disponível, ativar o Direct to Cell é simples:

  1. Vá em Configurações > Rede móvel.
  2. Ative a opção “acesso emergencial via satélite”.
  3. O celular passará a se conectar automaticamente à rede satelital quando não houver sinal tradicional.

Essa ativação não gera cobrança extra no plano da operadora, ao menos nos Estados Unidos e Nova Zelândia. Porém, os detalhes variam conforme o país e a política de cada operadora.

A funcionalidade Direct to Cell da Starlink é um passo ousado rumo a uma internet verdadeiramente global. Ao permitir que celulares comuns se conectem diretamente ao espaço, a empresa está eliminando as fronteiras da conectividade.

Com cobertura já ativa em países como Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e Japão, e testes em andamento em outros como Chile e Peru, a expansão é promissora. O Brasil ainda aguarda liberação oficial, mas o avanço da tecnologia e o interesse demonstrado tornam sua chegada apenas uma questão de tempo.

Se você vive em áreas afastadas ou viaja com frequência por regiões sem sinal, vale acompanhar os lançamentos da Starlink. Em breve, mesmo sem torre por perto, você poderá estar a poucos cliques — ou satélites — de distância do mundo conectado.